O
Tenente Marcolino José Dias foi um destacado Militar
Baiano do Brasil Império
No eclodir
da Guerra do Paraguai, Marcolino era Sargento da Guarda Nacional
na Bahia.
Em 1865
foi promovido a comandante da 2ª Companhia dos Zuavos
Baianos e assistiu à rendição dos Paraguaios
em Uruguaiana, Rio Grande do Sul
Os Zuavos
Baianos eram regimentos do Exército Brasileiro constituídas
apenas por negros da Bahia, que lutaram na Guerra do Paraguai.
Moldados
a partir dos Zuavos da França, Tropas de elite da Argélia,
os Zuavos da Bahia comandados por Marcolino participaram das
Batalhas de Uruguaiana, Batalha do Avaí, a tomada do
Forte de Itapiru, na Batalha de Tuiuti e na Batalha de Curupaity,
onde foram quase dizimados em 1866.
Em 1867
Marcolino Dias foi servir no 8º Corpo de Voluntários
da Pátria
Marcolino
ganhou a admiração do Visconde de Porto Alegre,
pois durante a Batalha de Curuzu, foi o primeiro soldado Brasileiro
a levantar o Pavilhão Nacional no Forte de Curuzu,
enfrentando sozinho dezenas de soldados paraguaios, sendo
ferido no braço.
No final
da Batalha teria declarado a todos os presentes, “Está
aqui o negro Zuavo Baiano!”. Foi honrosamente mencionado
pelo Comandante Geral das Forças Brasileiras General
Osório como o “Herói Negro”. A companhia
dos Zuavos a qual Marcolino era um dos comandantes foi praticamente
destruída na desastrosa Batalha de Curupaiti.
Sobrevivendo
a Guerra do Paraguai sem grandes ferimentos, Marcolino José
Dias foi recebido como Herói na Bahia em 1868, onde
passou a exercer a Função de Comando da Guarda
Municipal. Em 1869 foi condecorado com a Medalha Imperial
Ordem do Cruzeiro, a mais alta honraria concedida a um dos
Zuavos Baianos. Ainda em 1867, por Decreto de 15 de junho,
foram concedidas honras de posto de Capitão do Exército
e Alferes da Guarda Nacional a Marcolino
Anos mais
tarde, Marcolino José Dias, junto de seus companheiros
de Guerra, participou ativamente da Campanha Abolicionista,
comprando a Alforria de escravos e colaborando com a imprensa
abolicionista da Bahia.
Nos anos
finais do Império, foi lembrado pelo poeta e orador
abolicionista, Vicente de Souza, em um discurso público
na presença do Barão de Cotegipe e da Princesa
Isabel, dias antes da Assinatura da Lei Áurea, no seguinte
verso: "Em Curuzá, foi um negro, o glorioso Marcolino
José Dias, o primeiro a plantar entre os Canhões
do Inimigo, a Nossa Gloriosa Bandeira!”. Marcolino faleceu
em Fevereiro de 1888, meses antes da Abolição
da Escravidão.
Fonte: Segredos e revelac?ões
da história do Brasil de Gustavo Barroso e Pedro Calmon/
Diários de Joaquim Nabuco de Evaldo Cabral de Mello/
Bahia's Independence: Popular Politics and Patriotic Festival
in Salvador Por Hendrik Kraay
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