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Os Brasileiros
Retornados a África
Fotografias
da Comunidade Brasileira de Lagos Nigeria, 1870-1880. Acervo
do Société des missions africaines (SMA) Roma.
Os descendentes
de mercadores de escravos e ex-escravos no Brasil retornados
a África são conhecidos como “Aguda´s”.
Numerosos, esses brasileiros estabeleceram-se na região
da antiga costa dos Escravos – que abrangia todo o golfo
de Benim, indo da atual cidade de Lagos, na Nigéria,
até Acra, em Gana – entre os séculos XVIII
e XIX. Calcula-se que entre 7000 e 8000 são o número
de retornados a se instalarem na região no Século
XIX.
Segundo
Milton Duran " Os Agudas são diferentes dos outros,
vestem-se como brancos, comem com talheres e possuem profissões
no sentido capitalista do termo, como pedreiros, marceneiros,
carpinteiros, alfaiates, entre outras. Muito frequentemente,
são alfabetizados e se consideram do lado do progresso
e da modernidade diante de uma sociedade que eles percebem
agora como primitiva a atrasada."
Todos
possuem sobrenomes em português, mesmo que não
tenham nascido no Brasil pois como escravos libertos adotaram
o sobrenome de seu antigo senhor.
Possuem
nomes de família como Souza, Silva, Almeida, Vieira
e Olympio, festejam Nosso Senhor do Bonfim, dançam
a burrinha (uma forma arcaica do bumba-meu-boi), fazem desfiles
de Carnaval e se reúnem frequentemente em torno de
uma feijoada ou de um kousidou. Ainda hoje é comum
os agudás mais velhos se cumprimentarem em Português.
Os Aguda´s constituem até hoje grande parte da
elite política e econômica da África Ocidental.
Fonte: A Vitória Sobre As Correntes Os libertos no
Brasil e seu retorno à África, 1830-1870 Mônica
Lima. Eurídice Figueiredo, Os Brasileiros Retornados
à África
Créditos
a Página Famílias Agudás
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