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A
Repercussão Internacional da Lei Áurea
No dia 13 de Maio de
1888, o Brasil foi a última nação do
hemisfério ocidental a Abolir a Escravidão,
terminando um processo iniciado pelas grandes potências
no Início do Século XIX como a Abolição
da Escravidão no Império Britânico em
1833, na França em 1848 e nos Estados Unidos da América
em 1862
As nações
amigas do Brasil reagiram com entusiasmo a notícia:
O Presidente Americano
Grover Cleveland no congresso de Washington, parabenizou o
Brasil pela Lei Áurea em 1888, que refletia a visão
positiva que os americanos tinham do movimento abolicionista
no Brasil desde o início do Século XIX, pois
no Império Sul Americano o Fim da Escravidão
não se deu ao custo de uma devastadora Guerra Civil:
"O ato do Império
do Brasil em abolir os últimos vestígios da
Escravidão entre as Nações Cristãs,
traz as mais calorosas congratulações da Republica
dos Estados Unidos a essa nação que agora é
a mais importante e próspera da América do Sul"
A Capital da Argentina,
Buenos Aires, viveu dias de festa com a noticia da Abolição
da Escravidão no Brasil em 1888. (A Argentina havia
decretado o fim da escravidão 35 anos antes em 1853)
cerca de 30.000 pessoas participaram das comemorações
em frente a embaixada brasileira na capital argentina.
O Embaixador da Argentina
no Brasil, Enrique Moreno, declarou publicamente: "Isabel
é a Mulher do Século por ter decretado o fim
da escravidão nas Américas. Em meio a esse caos
de alegria dos brasileiros, a Princesa Regente estava em Paz,
ela tinha certeza de que fez a coisa certa no momento certo,
servindo a sua consciência, a constituição
do Brasil, e a seu Deus."
Assim como na America
Espanhola, as notícias da Abolição da
Escravidão no Brasil foram celebradas em Madrid. O
Cônsul espanhol no Rio de Janeiro, Manuel Carcer de
Salamanca parabenizou a Princesa Regente do Brasil a chamando
de "uma das grandes mulheres do Século"
Na época da Lei
Áurea, o Reino da Espanha era também governado
por uma mulher, a Rainha Regente Maria Cristina de Habsburgo
e Lorena, prima da Princesa Isabel do Brasil. Assim como sua
parente brasileira, a Rainha Consorte de Espanha ganhou do
Papa Leão XIII a Rosa de Ouro, por ter Abolido a Escravidão
em Cuba, na época território espanhol, no ano
de 1886.
Após saber da
Abolição da Escravatura no Brasil o Jornalista
e Político Francês Victor Schoelcher, conhecido
por ter agido em favor da abolição definitiva
da escravidão na França, em 1848, organizou
um grande Banquete em Paris para celebrar a emancipação
no Brasil, com a Presença do Príncipe Pedro
Augusto de Saxe Coburgo e Bragança, parabenizando a
Princesa Isabel e o Estado Brasileiro: “O voto da Câmara
dos deputados e do Senado do Brasil, voto que aboliu a escravidão
nesse grande Império da América do Sul, é
mais uma vitoória da civilização sobre
a barbárie, da razão, da filosofia, da força
moral sobre a força brutal; Glorifiquemos o Brasil
que escapou a esta fatalidade pelos sentimentos elevados que
honram seu povo. A princesa regente, Dona Isabel, soube reunir
toda a gracça de mulher a esse entusiasmo de reparação
e justiça; ela manifestava, há muito, impaciência
pelo momento de assinar a lei da liberdade total, e quando
teve de assiná-la, fê-lo sem esperar o dia seguinte,
na mesma tarde de 13 de maio.
Em Portugal, o senado
de Lisboa, em nome do Rei de Portugal, Dom Luís I,
Tio da Princesa Isabel, declarou: "Recebeu-se em Lisboa
no dia 16 de Maio, um telegrama dirigido pelo ministro dos
estrangeiros no Brazil, Sr.Rodrigo da Silva, ao Sr. Barros
Gomes, participando, que o parlamento brasileiro, em sessão
do dia 10 do corrente, aprovou a lei de libertação
completa dos escravos.
O Sr. Ministro dos estrangeiros
respondeu em telegrama felicitando, em nome do governo e da
nação portuguesa, o governo brasileiro e o império,
pela generosa lei, que acabar de banir d'aquelle país
florescente a escravidão. Toda a imprensa recebeu com
verdadeiro regosijo esta boa nova, regosijo a que nos associamos
do coração a essa nação irmã,
levantando um entusiasmo viva pelo Brazil sem escravos."
Fonte:Isabel Orleans-Braganza:
The Brazilian Princess who freed the slaves. James McMurty
Longo
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