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A ESCRAVIDÃO E O MERCADO MUNDIAL

Quando falamos de escravidão, não estamos discutindo exatamente uma pratica que é ou foi uma novidade com as colonizações da América, pois o modo de trabalho baseado em mão de obra não remunerada e involuntária já se enquadra como Escravidão, e podemos observar tal tipo de relação a milênios a fio na humanidade, desde os povos da antiguidade que usavam de conquistas para escravizar populações inteiras, passando por tribos germânicas, império romano e etc. a escravidão sempre foi, infelizmente, algo comum ao decorrer da historia humana.

Tendo dito essa breve explicação, podemos dizer que houve algum tempo onde a escravidão tenha sido algo incomum em aspectos de naturalidade ? sim !, com o apogeu do período moderno, dá-se origem também a novas praticas de mercado, e com a descoberta aos olhos europeus de grandes terras na America, a mão de obra voluntaria não conseguiria suprir a necessidade de acumular o Maximo de capital possível e transformar grandes faixas de terras em territórios estratégicos para grandes nações e reinos, como Portugal, Espanha, Inglaterra etc, e qual então seria o meio mais viável para essas grandes potências conseguirem mão de obra fácil ? a compra de escravos.

É aqui que conseguimos distinguir com uma observação mais cuidadosa as diferenças entre a escravidão praticada na antiguidade (Grécia, Roma e Egito por exemplo), para a escravidão praticada no mundo moderno. Os escravos antigos acabavam com o titulo geralmente após serem conquistados por algum reino invasor, que ao invés de aniquilar a população do local conquistado, os aprisionavam e faziam de serviçais, em alguns casos possuindo até certo nível de liberdade, em outros sendo mantido totalmente em cárcere. Já no mundo moderno, a escravidão vinha através de negociações com regiões mais pobres, onde diversas pessoas com condições de vida extremamente precárias ou que eram subordinadas a um líder, eram comercializadas com nações mais ricas, a fim que aquela pessoa que era vendida não era mais uma pessoa, e sim um produto.

Nesse ponto percebemos a principal diferença, enquanto em determinado período da humanidade as pessoas adquiriam escravos pensando em trabalhos domésticos ou serviços pessoais, a fim de garantir uma espécie de empregado não remunerado para que o mesmo cuidasse de sua casa, comercio, produção ou segurança, no período moderno os escravos eram objetos comprados para fornecer Mão de obra e depois serem descartados, visando somente o lucro daquele em que o comprou. Um grande exemplo disso são países como EUA e Brasil, cujo a formação social e cultural possui uma grande quantidade de influência de raízes africanas, mesmo que os nativos sejam indígenas e os colonizadores europeus, a quantidade de pessoas que vinham para trabalhar até a exaustão para gerar lucro aos colonizadores eram em sua maior parte, de regiões pobres da áfrica.

Em suma, a escravidão moderna era baseada no lucro e acumulo de capital de burgueses ou de coroas, enquanto a escravidão antiga tinha um caráter doméstico. A associação desse modo de comercio voltado para humanos tratados como objeto, coincide com o inicio do capitalismo, onde principalmente o mesmo em sua forma mais densa e primitiva, buscava a todo custo o lucro sem ter em mente relações de cunho moral ou ético, tudo valia desde que a riqueza começasse a aparecer.

Essa pratica durou por séculos a fio, e se engana quem pensa que seu fim se deu por humanismo ou algo do tipo, aqueles que eram contra moralmente à escravidão eram silenciados a todo custo, e podemos dizer que um dos principais fatores para que algumas potencias passassem a fazer pressão para proibir a pratica foi o enfraquecimento de comercio interno de alguns países. Um exemplo foi a Inglaterra, que principalmente a partir do século XVIII passou a ter prejuízo interno devido a diminuição da necessidade de trabalhadores ingleses remunerados, e o que a primeiro momento poderia não significar um problema, passou a ser quando estas pessoas desempregadas devido a Mão de obra escrava que trabalhava em seu lugar, deixou de consumir, e sem consumo não existe razão para se produzir. Com o passar dos anos, outros países começaram a ter o mesmo problema, e enquanto países orientais cresciam exponencialmente em questões econômicos com muito pouco o quase nada de trabalho escravo, o ocidente começou a entrar em crise.

Isso fez com que o modelo começasse a ser repensado, e a partir da segunda metade do século XIX, os países europeus concordaram em dar um fim ao comercio negreiro no oceano atlântico, acarretando na diminuição radical no numero de escravos traficados. Como sabemos a pratica ainda continuou por algum tempo por parte do Brasil, mas aos poucos foi acabando também, mas não sem antes deixar sua mancha na historia. A mancha de que em determinado período da nossa historia, homens, mulheres e crianças não eram consideradas como humanos, simplesmente por ter uma cultura e cor de pele diferente, ou uma condição de vida precária aos olhos do homem médio europeu, e hoje as rotas de mercado e grandes países da America só existem por conta da mão de obra de milhares de pessoas que morreram tendo vivido uma vida curta, sofrida e triste.

 

 
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