Esperança
Garcia foi uma mulher negra escravizada no século XVIII.
Ela trabalhava em uma
fazenda chamada Algodões, localizada na região
de Oeiras, primeira capital do estado do Piauí. Essa
era uma área que ficou nas mãos do governo,
pertencendo à Inspeção de Nazaré
após a retirada dos jesuítas do local, que foi
ordenada por Marquês de Pombal.
Ainda com 9 anos, Esperança
foi levada como escravizada para a casa do capitão
Antônio Vieira de Couto, onde começou a sofrer
sérias violações. Fugiu pouco depois,
reaparecendo numa relação de trabalhadores da
fazenda, datada de 1778.
Em 6 de setembro de
1770, ela escreveu uma carta ao governador da Capitania do
Maranhão, Gonçalo Lourenço Botelho de
Castro, denunciando os maus-tratos que sofria.
Em um dos trechos, ela
relata que:
"há grandes
trovoadas de pancadas em um filho, sendo uma criança
que lhe fez extrair sangue pela boca; em mim não poço
explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que
caí uma vez do sobrado abaixo, peada, por misericórdia
de Deus escapei."
A carta de Esperança
Garcia é considerada a primeira petição
escrita por uma mulher na história do Piauí,
o que a torna uma precursora da advocacia no estado. Também
é um documento importante nas origens da literatura
afro-brasileira.
Na data de envio, 6
de setembro, é comemorado o Dia Estadual da Consciência
Negra em seu Estado de origem.
De acordo com juristas
e historiadores brasileiros, o documento pode ser considerado
uma petição, pois apresenta elementos jurídicos
importantes, como endereçamento, identificação,
narrativa dos fatos, fundamento no Direito e um pedido.
Não se sabe,
contudo, se o pedido de Esperança chegou a ser atendido
e se reencontrou sua família.
Leia a matéria
completa no link:
https://ohistoriante.com.br/2022/03/esperanca-garcia-a-primeira-escravizada-advogada/
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